DE OLHO NA INTEGRAÇÃO
Recomendamos pontuar com o estudante que, além dos objetos de conhecimento pertinentes a este componente, há uma integração existente entre as produções dos demais componentes da área, que traz discussões sobre elementos da narrativa fantástica. O olhar sistêmico para o aprofundamento sobre a circulação das aprendizagens entre os componentes amplifica a compreensão do processo cognitivo e enriquece a formação do estudante.

Definir a Literatura Fantástica não é tarefa fácil. Duas concepções prévias, e quase opostas, surgem quando o tema é levantado: de um lado, destaca-se os textos ligados à Fantasia e seus dragões; no outro, é lembrada a produção de escritores como Borges, Kafka e Gógol;
CONTOS FANTÁSTICOS

A literatura fantástica traz elementos que contrariam a noção de realidade. Portanto, apresenta personagens e/ou fatos impossíveis, isto é, em desacordo com as leis que comandam os fenômenos naturais. Como exemplo, podemos citar o livro “A metamorfose” (1915), de Franz Kafka, em que o protagonista Gregor Samsa transforma-se em um inseto, algo naturalmente impossível.

SAIBA MAIS EM:
O trabalho com contos fantásticos, que são narrativas breves e que tiveram
grande representação na América Latina por meio do chamado Realismo Mágico, remonta ao século XVI e está presente ainda hoje em romances, contos, séries, filmes e principalmente no universo dos jogos físicos ou online, como nos RPG, por exemplo.
Segundo Todorov(2004):
O fantástico ocorre nesta incerteza, ao escolher uma ou outra
resposta, deixa-se o fantástico para se entrar num gênero vizinho, o
estranho ou o maravilhoso. O fantástico é a hesitação experimentada
por um ser que só conhece as leis naturais, face a um acontecimento
aparentemente sobrenatural. (p.31).
Deixando assim, de ser apenas uma narrativa de entretenimento, pois:
“não cria mundos fabulosos, distintos do nosso e povoados por criaturas
imaginárias, mas revela e problematiza a vida e o ambiente que conhecemos do
dia a dia”. (VOLOBUEF,2000, p.110).
Percebe-se que a Literatura Fantástica, retoma um item relevante que
possivelmente esteja esquecido mediante a um mundo onde a ciência e a razão
são cruciais: a fé e a credibilidade em situações obscuras segundo as leis físicas
que nos norteiam. Através dessas crenças, originou-se histórias milenares que
habitaram nas fantasias humanas por séculos e produziram, fascinantes
histórias que tornaram-se imortalizada.
Por onde começar?
- Na Fantasia: Contos de fadas dos irmãos Grimm; O Hobbit (1937), de J. R. R. Tolkien.
- No Gótico: Frankenstein (1818), de Mary Shelley (ver resenha aqui); Drácula (1897), de Bram Stoker.
- Na Ficção Científica: contos de Philip K. Dick.
- Na tradição brasileira: contos e crônicas de João do Rio; contos de Murilo Rubião.
- Na Literatura Fantástica: A Metamorfose (1915), de Franz Kafka; o conto “A Pata do Macaco”, de W. W. Jacobs; Antologia da Literatura Fantástica, organizada por Jorge Luís Borges, Silvina Ocampo e Adolfo Bioy Casares; Contos Fantásticos do Século XIX, organizado por Ítalo Calvino.
O QUE É UM CONTO FANTÁSTICO?
Indicamos abaixo sites para que vocês possam conhecer alguns contos fantásticos.

ATIVIDADE EM GRUPO:
Organizem em grupos. Cada grupo ficará responsável por preparar uma leitura dramática e um comentário crítico de um dos contos sugeridos-
-QUAL TE CHAMOU MAIS A ATENÇÃO?
- O QUE TEM DE FANTÁSTICO NELE?
.Para o comentário crítico, deverão observar: - a construção das personagens;
- enredo, tempo;
- espaço;
- e as estratégias do narrador para causar os efeitos de estranhamento no leitor.
- COMPARTILHANDO ORALMENTE OU NA LOUSA: os grupos trocam entre si, apresentando suas leituras e comentários.
- Professor, em diálogo com a turma, promova o aprofundamento da compreensão de como as narrativas “jogam” com o leitor, criando universos ficcionais verossímeis, graças às estratégias do que e como narrar