Ao começar planejar sua viagem para o Canadá, uma das primeiras para se preocupar é qual tipo de visto você precisa. Caso precise do visto de turismo (TRV), esse post vai te dar todas as dicas sobre como tirar o visto para o Canadá online por conta própria.
O TRV é o visto mais completo para quem deseja visitar o Canadá ou estudar até 6 meses.
Aqueles que já tiveram um visto canadense nos últimos 10 anos ou possuem um visto americano válido, podem optar pelo eTA (autorização de viagem), a maneira mais fácil e mais barata de entrar no Canadá como brasileiro, mas que tem algumas regrinhas especiais.
COMO TIRAR O VISTO PARA O CANADÁ ONLINE
Você pode se aplicar para o visto canadense via despachante, via cVAC – VFS (Centro de Requerimento do Visto do Canadá) ou online. Todas as maneiras são válidas e tem suas vantagens, mas caso você tenha conhecimentos de inglês e paciência, a maneira mais “fácil” e barata, na minha opinião, é optar por tirar visto online para o Canadá por conta própria.
Quando eu digo fácil, tenha em mente que o processo é um pouco burocrático e as vezes confuso, mas seguindo o passo a passo aqui do Viajoteca, acredito que você terá menos problema e dúvidas.
Como cada caso é um caso, nesse post eu darei mais detalhes para pessoas que são solteiras, funcionárias e que não tenham visto americano, mas sabendo abstrair, vai ser tranquilo usar essas informações para o seu caso.
PARTICIPE: se você usou esse guia para tirar seu visto e/ou puder nos dizer na caixa de comentários qual o tipo de visto você se aplicou, quanto tempo demorou para sair a aprovação do visto, como foi o teste de biometria e depois o tempo de demorou entre o enviou do passaporte e recebimento do mesmo pelo cVAC, a gente agradece!
Está sendo comum essa pergunta na caixa de comentários e seria legal ter a experiência real de cada um de vocês para termos base realista do processo e não somente o que o website do governo canadense diz!!! Obrigada!
ATENÇÃO: use somente o website oficial do governo canadense para se aplicar para o visto para o Canadá online, tem muitos websites por aí de “consultores de imigração” fajutos que querem passar a perna no pessoal! Fique atento para não pagar por um serviço que não comprou.
1- ANTES DE SE APLICAR PARA O VISTO DO CANADÁ ONLINE
TIPO DE VISTOS PARA O CANADÁ
Visto de Turismo ou Residente Temporário: (TRV) válido para visitantes ou estudantes que pretendem visitar o Canadá por menos de 6 meses. O visto é válido por até 10 anos ou a data de vencimento do seu atual passaporte. Você pode visitar o Canadá quantas vezes quiser desde que fique menos de 6 meses em cada visita ou a data que o oficial de imigração carimbar no seu passaporte.
eTA Canadá: autorização eletrônica para visitar o Canadá, permitida para quem já teve um visto canadense ou possui um visto americano válido.
Visto de Estudante: indicado para pessoas que pretendem estudar no Canadá por mais de 6 meses. Para tirar esse visto você precisa ter o LOA (Letter of Acceptance) de uma instituição para se aplicar. Em alguns casos, geralmente para estudantes que vão permanecer por mais de 6 meses, poderá ser pedido exames médicos para emissão do visto [lista de médicos licenciados no Brasil].
Trânsito
Extensão do visto
Visto de Trabalho
Imigração / Residente Permanente
* Como mencionado anteriormente, irei detalhar aqui o visto de turismo e falar alguma coisa do visto de estudante.
No visto online você dá o upload dos documentos no computador, não envia a lugar nenhum. Se você se aplicou de outra maneira (via VAC ou despachante), você não tem acesso a esse sistema do visto online.
Etapas para seu visto: 1ª etapa: Preencher o questionário inicial para inicio da elaboração da lista de documentos. Preencher em: http://www.soscanada.com.br/qi/?us=mariaraujo 2ª etapa: Pagamento dos honorários para criação da lista de documentos e acesso ao nosso sistema; 3ª etapa: Preenchimento dos formulários e separação dos documentos; 4ª etapa: Envio da documentação para análise criteriosa; 5ª etapa: Tradução dos documentos; 6ª etapa: Pagamento das taxas consulares; 7ª etapa: Envio dos documentos para o consulado; 8ª etapa: Em média, após 2 dias úteis é liberado o agendamento para coleta de foto e impressão digital (biometria); 9ª etapa: Aguardar a finalização do processo;
ASSISTA, REFLITA EM SEGUIDA RESPONDA: ESTE TIPO DE POESIA (A FORMA QUE É FEITA NO VÍDEO) É SLAM? COMENTE.
Vamos ler para entender melhor sua origem e suas ideias por meio deste plano de aula:
Conteúdos
– Gênero literário – spoken word – Preconceito linguístico e uso variado da língua – Identitarismo: periferia, negritude, feminismo e LGBTQ+ – História e cultura da arte urbana
Objetivos
– Compreender o slam poesia como um gênero literário – Discutir as questões de preconceito linguístico e social – Conhecer o uso variado da língua em diversas situações – Debater a apropriação do espaço urbano por jovens e setores marginalizados da sociedade – Apreciar variadas modalidades de poesia
Série/ano:
8º e 9º anos do ensino fundamental II (segundo ciclo) e ensino médio
Apesar da sugestão de série/ano indicada, ao(à) professor(a) reserva-se a análise de apresentar ou reforçar determinado tema quando achar necessário. O conteúdo pode ser abordado em conjunto com a literatura contemporânea, história e literatura negra e afrodescendente, cultura popular, arte urbana e história do Brasil contemporâneo.
Previsão para aplicação:
4 aulas (50 minutos/aula)
1ª Etapa: Slam – um gênero literário
Slam é uma batalha de poesias e rimas que existe desde os anos 1980 e tem crescido cada vez mais no mundo e no Brasil, sobretudo no século XXI. Considerado por muitos um esporte, o slam tem batalhas nacionais e uma Copa do Mundo, onde finalistas de diversos países se encontram para escolherem qual a melhor poesia. Na última década, o Brasil tem apresentado suas manifestações, sobretudo entre os jovens periféricos, e traz consigo um forte teor auto afirmativo, identitário e de ocupação de espaços públicos.
Spoken word: a poesia falada
Slam poesia ou poetry slam é um tipo de poesia que faz parte do gênero spoken word ou, na tradução literal, palavra falada. Faz parte desse gênero toda a literatura que é pensada para ser declamada ou falada em público. É um gênero que vem desde a Antiguidade e Idade Média, como por exemplo os trovadores, mas que também aparece na cultura africana, os Griôs.
No caso dos trovadores, a poesia declamada tinha a função de contar casos ficcionais épicos e era feita em um momento em que não havia imprensa ou a disseminação da alfabetização na Europa dos séculos XI e XII. Na cultura africana, os Griôs ou Griots, são os mantenedores da história e da memória de determinado grupo social ou étnico. São os portadores do conhecimento antigo e são responsáveis por passá-los para as novas gerações de forma oral, preservando a história, a memória e a ancestralidade.
Nos anos 60, a poesia falada foi ressignificada pela geração beat, no Estados Unidos, fazendo parte das manifestações do movimento de contracultura e de reivindicação de direitos civis. Na década de 70, o rap, do inglês ritmo e poesia, nasceu entre a comunidade negra norte-americana, sobretudo em contato com a cultura jamaicana imigrante em Nova York. Para os poetas do rap, a letra se sobrepunha à melodia e a temática era o cotidiano de opressão nas grandes cidades, violência policial e afirmação de uma identidade étnica.
Slam: poesia falada marginal
O slam surge em 1984, em Chicago, estado de Illinois, Estados Unidos. Até pouco tempo, Chicago tinha a particularidade de ser uma cidade muito industrializada. Em um bar de jazz, onde costumavam ocorrer declamações e saraus de poesia, o trabalhador da construção civil e também poeta Mark Smith teve a ideia de fazer uma “batalha de poesias”. Junto com seu grupo Chicago Poetry Ensemblange, ele cria o Show-Cabaré-Político-Vaudevilliano.
A ideia inicial de Smith era fazer uma brincadeira para ironizar a declamação academicista, elitista e formal. A batalha tinha a intenção de popularizar a poesia e realizar performances-poéticas que fossem mais concretas e menos abstratas, diferente daquelas dos saraus que atraíam mais os jovens de classe média. Dessa maneira, o slam acabou unindo a forma poética e as reuniões ocorridas para a realização dos saraus e, ao mesmo tempo, um público e uma plateia participativa, que torcia e se envolvia na poesia e na letra, e não apenas contemplava o poeta e sua obra.
O gênero se desenvolveu tão rápido nos Estados Unidos que apenas seis anos depois, em 1990, ocorreu o Primeiro Campeonato Nacional de Slam, em São Francisco. Em 2002, sua popularidade o levou ao Primeiro Campeonato Internacional, ocorrido em Roma. Após isso, são realizados campeonatos anuais na França nos quais os poetas apresentam poesias em suas línguas nativas, enquanto as traduções são feitas simultaneamente em um telão. A tecnologia é uma das aliadas desse gênero que viu sua popularização ocorrendo por meio de redes sociais e permitiu encurtar distâncias entre as comunidades. Atualmente, França e Alemanha têm as maiores comunidades slammers do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, sua terra natal.
Características do slam
As batalhas de slam ocorrem em praça pública ou em bares. Existem apenas três regras: as poesias devem ser autorais e não terem sido apresentadas em nenhuma outra batalha, devem durar no máximo três minutos e a performance deve contar apenas com a voz e/ou o corpo do poeta para se manifestar, sem usar adereços cênicos ou batidas musicais. O público escolhe o júri na hora, entre os que estão assistindo, que dão as notas imediatamente depois da apresentação sem debater, além de uma pessoa para calcular o tempo da poesia e a média obtida por cada poeta. A ordem das apresentações é sorteada entre as pessoas inscritas e a maior e a menor nota são descartadas para realizar a média e a pontuação final. Normalmente, o vencedor ganha um livro.
O limite de tempo visa democratizar a participação no evento. Ninguém interrompe um slammer quando esse ultrapassa o tempo, mas ele perde pontos na somatória final. Por se tratar de um trabalho em grupo ligado à comunidade, o slam não tem por objetivo inicial lançar poetas focados em uma única pessoa, apesar de acontecer também. No momento da batalha, no entanto, o limite de tempo evita a monopolização do espaço por parte de algumas pessoas. A proibição de adereços cênicos e de música visa fazer com que o poeta cative a plateia usando apenas a palavra, sua performance e seu corpo.
Apesar de ser uma competição, antes de tudo, as batalhas são uma celebração. As comunidades ou times se reúnem e o público é parte integrante da apresentação, intervindo a todo momento com vaias, aplausos, gritos ou participação no processo. Por serem orgânicos aos grupos e locais que surgem, os slams apresentam características de temática e do grupo social que o compõem. Nesse sentido, tanto a apresentação do poeta, quanto a plateia, contam com um elemento de auto representação. Os slammers contam sua própria história, usando suas palavras, aproximando a arte e a vida, criando uma estética própria e autêntica.
A palavra slam é uma onomatopeia em inglês usada para designar uma batida, como uma porta se fechando subitamente. A palavra mais aproximada na língua portuguesa para a expressão é “Blam!”, muito embora, por ser um demarcador de som, não haja necessidade alguma de tradução. Como o próprio nome, a poesia é marcada por fortes traços de oralidade e coloquialidade, tendo uma demarcação linguística informal. Por sua temática e forma, a poesia do slam pode ser considerada como marginal e essa pecha é autoproclamada por alguns grupos, como o Slam das Minas de São Paulo, que intitulou seu documentário com o lema usado pelos poetas marginais brasileiros dos anos 80: “Seja Heroína, Seja Marginal”.
Slam no Brasil: identitarismo e apropriação de espaços públicos
O slam chegou ao Brasil através da atriz e poeta Roberta Estrela D´Alva, em 2009. Estrela D´Alva faz parte do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos que juntos montaram o Slam ZAP! – Zona Autônoma da Palavra. Ele ocorre há dez anos em um bar no bairro da Pompéia, Zona Oeste de São Paulo. O segundo slam a ser formado no país foi o Slam da Guilhermina, em 2012, Zona Leste da cidade de São Paulo. Esse tem a característica de ocorrer em espaço ao ar livre, ao lado da estação de metrô, em uma praça pública aberta à toda comunidade da região e com fácil acesso ao restante da cidade.
A FLUP – Festa Literária das Periferias – ocorrida pela primeira vez em 2012, percorre favelas e comunidades do Rio de Janeiro em edições anuais e coloca como protagonistas de suas obras e publicações o escritor de origem periférica, valorizando temática, traços de linguagem e expressão, além de conseguir patrocínio ou financiamento para a publicação de obras. No Brasil, o slam se insere nesse processo de conquista crescente de espaço por grupos excluídos, oprimidos ou marginalizados e tem como principais protagonistas os jovens das periferias.
A partir de 2013, os slans se popularizaram no país, sendo formados em comunidades no interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia. A responsabilidade dessa divulgação e disseminação da ideia das batalhas de poesia é do Slam Resistência, que ocorre na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo e faz uso das redes sociais para divulgar as batalhas, os poetas e as poesias.
O ano de 2013 foi marcado por movimentos de juventude em todo o país. Inicialmente contra o aumento do preço do transporte público, as manifestações atingiram outras demandas sociais, sobretudo da juventude e da periferia. Questões como saúde, educação, repressão, moradia e a realização da Copa do Mundo de Futebol, sediada no Brasil em 2014, foram pautas. Em contrapartida, houve repressão policial e do governo. O Slam da Resistência nasceu nesse contexto, uma vez que a praça era local de reunião de ativistas e advogados do movimento e se disseminou por ter poetas tratando exatamente dessas questões e dialogando com um sentimento geral da juventude naquele momento. O slam brasileiro se caracterizou a partir daí, por ser realizado em locais abertos, permitindo a entrada democrática de todas as pessoas e impondo aos pedestres que por ali passam a presença de grupos de jovens poetas e seu público. Não há qualquer rigidez ou imposição de temática aos slammers, mas existe uma tendência a tratar de temas como racismo e empoderamento de mulheres e jovens negros, repressão policial e violência do Estado, exclusão de direitos, sexualidade e temática LGBTQ+, feminismo, machismo e autoafirmação feminina.
Outros Slans, com temática específica, foram criados ou surgiram de comunidades. Em diversas cidades do país existem slans voltados exclusivamente para mulheres, onde homens são bem-vindos na plateia, mas não podem nem batalhar, nem ser jurados. Existem slans formados para tratar da temática negra e também grupos cujos poetas e jurados são da comunidade LGBTQ+. Outro slam temático é o “Slam do Corpo”, feito em Libras, por poetas surdos e traduzido simultaneamente em língua portuguesa.
Portanto, o slam é uma forma artística, cultural e social na qual os protagonistas, desde poetas e jurados, são os setores que foram silenciados constantemente pela sociedade. Através da arte, da poesia e da ocupação de espaços por pessoas de diferentes idades, crenças, orientações políticas e filosóficas, ocorre uma celebração coletiva, que é ao mesmo tempo uma batalha. É um momento de pausa e contemplação, mas também de afirmação e resistência. A poesia slam é autêntica, informal, coloquial e bem trabalhada, tanto do ponto de vista métrico e de temática, quanto em relação à performance executada que busca trazer o público para a apresentação.